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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sobre minh'alma




Uma imensa tristeza cerceia minh’alma
Impermeabilizando-a para qualquer outro sentimento
O inútil corpo, coitado deste,
Veste d’alma, bebe da mesm’água

Os verbos os conjugo como me aprovem
O amar só no passado me convém
Reflexo por ter sido posto no corpo errado
Que verbo me resta: matar-me. Tempo futuro presente seja

Fios dispersos de dores passadas
A minh’alma chicoteiam, deixam feridas sem cura
Fios constantes de dores presentes
A minh’alma, inerte, não deixa ponto de fuga

O gume da navalha que tanto fascina
A alma desesperançada prazerosamente passeia
Presa na dor que demasiadamente a verga
A alma pediu ao corpo, no tempo certo, o seu verbo


Alma de bengala branca, cega
Não entende que o corpo apela
O corpo que tudo enxerga
Não entende, cega, a alma tudo revela


                                                     setembro de 2006

4 comentários:

  1. O poema me passa uma dor imensa da alma.
    Passado o tempo (2006/2012), penso o tanto que a alma já passou, a minha, a do poeta, e sobrevivemos com marcas, com dores, com louvores.
    abraço

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  2. Já escreveu, faz tempo, seu poema. Ele apresenta momentos de interrogação e melancolia, desses em que a alma se sente, de fato, vazia. Um caminho que muito bem traçou em seus versos. Abraços!

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  3. Eder! Toda palavra é forte neste poema - um caminho fechado... Ah, li várias vezes. Difícil comentar. Sinto só!

    Esta imagem sua... que lindo!

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  4. Olá, Éder
    Recebeu o livro???
    Tomara que sim!!!
    A tristeza invade a alma que anseia por outros valores muitas vezes... nem sempre é cruel... pode ser renovadora... de instigação para o melhor...
    To voltando das férias...
    Bjs fraternos de paz

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