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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Verbo



o amor a dois
é o exercício de Deus em nós
reduzi-lo a superfície
subtraí-lo ao físico
é diminuir o Deus intrínseco
é não dar ao amor a Sua voz
enfim, é regá-Lo ao depois

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Pronome








As palavras que lhe falta
As tenho em abundância
E por ter tantas
Apenas uma me basta:
Amo-te
E não é engano
Muito menos um erro
Ano a ano
Meu coração tem uma dona
Sei, ainda é cedo
Espero
Enquanto isso
A vida se resume em um pronome:
Você


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sobre minh'alma




Uma imensa tristeza cerceia minh’alma
Impermeabilizando-a para qualquer outro sentimento
O inútil corpo, coitado deste,
Veste d’alma, bebe da mesm’água

Os verbos os conjugo como me aprovem
O amar só no passado me convém
Reflexo por ter sido posto no corpo errado
Que verbo me resta: matar-me. Tempo futuro presente seja

Fios dispersos de dores passadas
A minh’alma chicoteiam, deixam feridas sem cura
Fios constantes de dores presentes
A minh’alma, inerte, não deixa ponto de fuga

O gume da navalha que tanto fascina
A alma desesperançada prazerosamente passeia
Presa na dor que demasiadamente a verga
A alma pediu ao corpo, no tempo certo, o seu verbo


Alma de bengala branca, cega
Não entende que o corpo apela
O corpo que tudo enxerga
Não entende, cega, a alma tudo revela


                                                     setembro de 2006