TODAS AS IMAGENS DE ARQUIVO PESSOAL

sábado, 20 de outubro de 2012

sentimento primaveril


inda que a tristeza seja

para os meus versos vero ensejo

de que me vale a poesia

se nas andanças não primo pela alegria

 

inda que a felicidade o eu-poeta mata

que seja pelos braços da primavera qu’ele renasça

que de folha em folha ele se desfaz das lágrimas

até chegar às estações das águas

 

inda que a necessidade do guarda-chuva se faça

não me é preciso qualquer proteção, ou fuga

pois o que caem das nuvens me inunda

de gotas poéticas divina

 

úmido com um cravo e uma rosa como filhos

e uma amada como flor-de-liz

inda sigo minha sina

mesmo que a tristura, do poeta, seja trilha

 

entristecido me perco em folhas

inda se nas estações das flores

a poesia de mim desista

primo, é vero, em ser feliz


Conheça-me pela minha prosa em Crônicas de Eder Ribeiro

 

sábado, 25 de agosto de 2012

desconstruindo o inverno


                    no frio
                       s
                     e,

            inv  rno
                é
            inf   rno

                s
   que não   erve,
                f
                        no
                  nv    no
               i      er
             h    b     no      

domingo, 19 de agosto de 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Criação

Barro da terra amassado, por Deus esculpido
Obra de arte ou perfeição!?
Sopro de vida, arte final ou desconstrução!?

domingo, 12 de agosto de 2012

comédia divina

há de s
           er má alma
a de s                
         e ir ao tártaro

                       dade é
                 mal                dalma
                       ignidade

        isso
para ir-se ao
        íso é        

preciso      orar
                 ora, ora
                 ora-
tória
        não purga do
               purga-
tório

pára
        isso
para
        ir-se ao paraíso é

        s
preci   o
        n
       i   
     t                a-
                      final
                      juízo
                      ter
                  se
               de
           
                     
                     
                     

                  

sábado, 21 de julho de 2012

Existência


Houvesse de o sol se extinguir
A lua não mais existir
Seriam todos os meus dias claros
Todas as minhas noites brilhantes.
Houvesse de fé não mais ter
Sobre minha cabeça o céu desabar
A terra sob os meus pés desaparecer
Seriam todos os meus dias feitos de esperança
Todas as minhas noites de sonhos.
Houvesse de meu coração ser habitado pela tristeza
Ser ferido por todas as dores vindas
Haveria em todos os meus dias um circo armado
Todas as noites um palhaço a me alegrar.
Houvesse a doença em minha porta bater
Trazendo a morte como companheira
Seriam todos os meus dias cura
Toda as minhas noites ressurreição.
Houvesse de tudo ter
Não haveria felicidade
Se não houvesse você.
Haveria de haver você
Há de haver você
Se não houver você
Eu não existo.

domingo, 24 de junho de 2012

Testamento


Da morte esticamos as pernas
Para vê-la longe mesmo que
Ela demore um século, mas
Ela pode nos chegar quando menino
Por isso como já estiquei as pernas
Por muitos caminhos, e
Como mal saí do ninho
Estou com a metade do meu destino
Percorrido, sofrido e vivido, e
Antes que eu estique as botas
Antes que a morte bata a minha porta
Deixo aqui meu testamento
1)     O amor pelo meu pai
2)     O amor pela minha mãe
3)     O amor pelos meus irmãos
4)     O amor pela minha esposa
5)     O amor pela minha filha
6)     O amor pelo meu filho
Por ser de riqueza pouca
Pode parecer de pouco valor o deixado
Mas foi isso que me enriqueceu, o amor
Fez-me rico o suficiente para viver o bastante
Por isso peço, pai, mãe, irmãos, esposa e filhos
Não me enterra em qualquer chão
Não me enterra em nenhum chão
Crema-me e jogue minhas cinzas poéticas
Onde os rios Grande e São Francisco se encontram
E deixe que o epitáfio eles em suas águas rabiscam

domingo, 3 de junho de 2012

passo passarinhando


passo
                  com passo que                        
                                         passara
                       o que dara  passar
                     se no passar  perpasso
passo
                 que não vigora
passo
             agora por aí afora
                     diferente do  passo
                       de outrora
passei
               sem ser festeiro
                              o que  passara
                                     é  passageiro
                               como  pássaro
                  que não voara
passo
        avoado reinventando
                                    o  passado
           passarinhando pela  passarela
                        preso pela passareira
                      meu agouro
                  de liberdade é passadio
                                        para
                       esperança
                    passarolo no  passeadouro
                                        passo
                                        passeiro

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Canção para Mari VII


O desejo em mim insiste, porém
Não me permite ir abaixo do umbigo
Não almeja apenas a carne, quer ir além
Contudo, ao te ver, perco o juízo
De mim não me sei, ultrapasso os limites
Lhe quero nua, sua carne na cama
Me possua, me usa, seja minha dona
O amor em mim persiste, atenta
É um mal em si que tão bem me faz
E antes que eu morra dessa doença
Se renda, dê a minha alma um pouco de paz
O desejo em mim persiste
Até que um dia você não resista
Se entrega, dessa luta eu não desisto
Mesmo que o meu fim seja triste
Lhe amar é razão finita para o meu existir
No entanto, nenhum final será triste
Lhe tendo como esposa e amante
Feliz sempre serei dora diante
Entre o amanhã e o ontem há um hoje radiante
Por ser você a que sabe perpetuar o desejo, durante
Sendo assim, sê-lo, o amor, o que persiste


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Canção para Mari VI


Preciso
Do silêncio para me escutar
Da escuridão para me enxergar
De estar sozinho para me achar
Da solidão de não só entre muitos
Do caminho para me perder
Do vazio de não enlouquecer juntos
Do dia para não entrar em crise
Da noite para escrever o que preciso
Do sol para não me entristecer
Da lua para me lembrar você
Porém se muito preciso
Pouco preciso sou, por que
O que me é necessário
Para de mim saber
É que é você o que mais
Preciso

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Canção para Mari V

 
Por achar que não vivi o bastante, com sorte
Ainda terei mais 58 para ter-me com a morte
Nestes 42, muitos amores tive, até os proibidos
E destes apesar das dores, era fonte da libido
Mas é o amor maior, o amor certo que lhe tenho adorável Mari
Que fará da felicidade de todos os dias que você pari
Bengala para suster o meu corpo na velhice
Porque o amor que em você nutro para minha alma é ápice
E traz em cada ato praticado a eterna felicidade
Que remoça, pois o amor é fonte que se bebe com saciedade
Quando destilado do encontro das almas de nós dois
Ainda terei 58 porque o que provei até os 42
Foram apenas 8, foram poucos e deu dois belos frutos
Que hão de modificar-me aos 43, 58, 100  por ser eu pedra bruta
E por mais que eu viva nunca viverei o bastante
Se em todos os anos que me restar não lhos tiver o tanto
Do amor que por mim tem os 3
Por mais que eu viva 100 bastar-me-ia 1 mês
Para gerar em mim o único filho que poderia dar
Engravidado na minha alma e de nome amar
Não sei se percebeu, o poema, como meu amor, não finda
Com 43, 58, 100 ou 1000 anos para te amar é pouco tempo ainda...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Canção para Mari IV


Desnudo minh’alma desvela
O quanto do amor que lhe tenho, e
É mais, é muito e é tanto,
Mesmo assim se tudo desvelasse
Não seria o bastante,
Pois é no nu de ti que o retrato de tu’alma
O amor maior com peso e medida se revela.
E o amor o que é senão o desejo que se espelha
Tatuado quando do encontro de nossas peles, e
É tanto e mais, quanto mais o sinto mais querido é,
E não é o bastante por meu querer ser desmedido!
E é tanto, é soma, é multiplicação, é divisão.
Ah! o amor que sinto só na minh’alma se ver!
Ah! o teu amor é um exercício do bom de se viver!
Ah! o teu amor é tanto e mais, é o melhor de mim!
É um bom fruto chamado Evelyn
Ah! o teu amor é mais e tanto
É o bom fruto que estar por vir
Ah! o teu amor é tanto e mais, é meu!
E o que vem seja menino ou menina
É o mais do amor, Matheus ou Marina
Como a Evelyn é soma, multiplicação e divisão
Desvelando o melhor do amor em nós,
E como vem é amor, é mais e tanto, é multiplicação.
Ah! o teu amor, o meu amor estão nos nossos olhos,
Ah! o teu amor é um exercício do Dom Divino!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Canção para Mari II


Ontem mais uma vez o sol não veio
Ele levou meu amor
Precisava intensamente do teu calor
Raios de luzes em teus braços aninhar
Amar e mais precisamente amado ser
Em teus lábios ser feliz
Da tua alma o mel sugar.
A dor somente a dor por não ter
Ser minha prisão
Fez querer
Não ter lhe conhecido
Nunca ter lhe tocado
Não ter lhe beijado
Nunca ter lhe visto
Não ter lhe amado
Nunca ter lhe quisto.
Hoje mais uma vez espero o sol
Para meu amor trazer.


sábado, 28 de janeiro de 2012

Canção para Mari


Meu amor hoje o sol não veio
Nem o azul do céu as nuvens me deixaram ver
Meus olhos por opção, tristes, não mais ver beleza
Assim quis que me fiz feio.
Tão cedo foi que para ti me entreguei
Durante um longo tempo sofri
Quantos não várias vezes pressenti
Internos prantos tantos tão meus, tão doloridos
Teus olhos sentiram olhando nos meus.
É o fim do que nem início teve,
Havia o fósforo a atear fagulhas
Você não acendeu amor
Não percebeu que eu estava em chamas
Um sol ardente a desanuviar
Para parasempre fazer dos teus dias luz
E das tuas noites, dias de luz.
Ah meu amor, hoje o sol não apareceu
É o fim!?!
Acabou o fósforo
Não ateou fagulhas
O amor não acendeu.
Hoje amor, percebe
Dias e noites não tem luz